Controle estatístico de processo: como analisar

Considerado uma das sete ferramentas da qualidade, o controle estatístico de processo é um método de coleta e verificação de amostra de resultados de um determinado procedimento, cujo objetivo é controlar o funcionamento e reduzir as falhas na execução dessa ação.

O método envolve análise de estatísticas, que é um forte aliado das empresas, uma vez que fornece informações úteis e precisas, orientando melhorias assertivas nos processos, aumentando a produtividade e reduzindo as falhas.

A técnica favorece a orientação completa na busca por melhorias, desde a escolha do sistema de medição até o monitoramento dos resultados alcançados.

Quer entender melhor sobre a aplicação dessa ferramenta? Continue a leitura e veja como colocá-lo em prática na sua empresa.

O que é controle estatístico de processo?

O controle estatístico de processo (CEP) é uma ferramenta da qualidade que utiliza técnicas estatísticas para avaliar e controlar um processo ou método de produção.

Dessa forma, auxilia na identificação de saídas não conformes, ou seja, aquelas que apresentam algum problema ou interferência no produto final.

Com o erro identificado é possível corrigi-lo prontamente, eliminando a raiz do problema, estabilizando o processo e impedindo que ocorra mais variações.

Esse monitoramento é realizado através de gráficos de controle que tentam distinguir dois tipos de variação de processo, são eles:

De causa comum: intrínseca ao processo com variabilidade que permanece dentro dos limites superior e inferior. Por exemplo: falta de padronização das operações.

De causa especial: causada por fontes externas e indica que o processo está fora de controle, provocando deslocamento além dos limites superior e inferior. Por exemplo: equipamento desregulado, matéria-prima com problema, falha humana ou máquina quebrada.

Qual o objetivo principal?

A finalidade do controle estatístico de processo é assegurar um processo estável, a partir do qual seja possível buscar a melhoria contínua e produtos finais com um mesmo padrão de qualidade.

A falta de estabilidade nos processos dificulta a manutenção das melhorias identificadas, tornando imprevisível e impossível prever riscos potenciais.

Somente com um rígido controle das operações é possível corrigir, reduzir ou, dependendo da situação, eliminar as causas possíveis de variações.

Portanto, o CEP é importante para permitir que os gestores consigam identificar a raiz do problema e possam traçar ações para corrigir o fluxo de processo, evitando que o mesmo erro aconteça futuramente.

Por que é importante?

O controle estatístico de processo é fundamental para garantir previsibilidade aos processos e gerar informações que permitam melhorar a qualidade dos produtos.

A falta de controle deixa a empresa vulnerável, sem saber o que pode acontecer amanhã.

Além disso, abre margem para que os processos sejam realizados de inúmeras formas, o que pode gerar resultados completamente diferentes a cada turno, comprometendo a qualidade final do produto e prejudicando a imagem da empresa.

A previsibilidade e a padronização oferecem mais segurança aos gestores, que passam a ter que lidar somente com as causas comuns de variações. Assim alcançam um processo estável, com padrão de qualidade mais próximo da meta desejada.

Veja algumas vantagens que tornam o CEP tão importante:

  • Identificação rápida de instabilidade e falhas no processo;
  • Economia nos custos de produção;
  • Redução de erros e melhoria da qualidade;
  • Otimização de tempo e recursos, com menos perdas e retrabalhos;
  • Mais estabilidade nos processos;
  • Aumento da produtividade;
  • Maior percepção de valor e confiabilidade, por parte dos clientes;
  • Controle mais eficiente e em tempo real;
  • Abre portas para mudanças importantes no processo de melhoria contínua;
  • Garante a padronização dos processos, independentemente da rotatividade da equipe.

Como fazer um controle estatístico de processo?

Foco e organização da equipe envolvida são as primeiras dicas para colocar o controle estatístico de processo em prática.

A seguir, listamos as principais etapas para aplicar o controle estatístico de forma eficiente na sua empresa. Confira:

  • Definir o dado a ser mensurado;
  • Verificar a confiabilidade dos dados;
  • Dividir a equipe para coletar os dados;
  • Usar gráficos para auxiliar o controle;
  • Determinar planos de ação;
  • Criar fluxogramas para orientar as mudanças;
  • Agir na causa principal do problema;
  • Avaliar a efetividade do controle;
  • Manter o constante monitoramento.

Como analisar um controle estatístico de processo?

Uma das formas de acompanhar os processos é analisando os gráficos de controle.

Isso implica em examinar as cartas de controle, conjunto de pontos (amostras) ordenados no tempo, que devem ser interpretados em função de linhas horizontais, chamadas de LSC (limite superior de controle) e LIC (limite inferior de controle), que são os limites permitidos de variação nos resultados do processo.

Entre as duas linhas, é traçada a LM: linha média, que indica o resultado realizado do processo.

Essa ferramenta monitora a variabilidade e avalia a estabilidade do processo, ajudando a distinguir a atuação de causas comuns e causas especiais no processo.

Para identificar se existe alguma não conformidade no processo, existem cinco testes que devem ser observados e feitos com constância.

Eles indicarão uma potencial causa atuante no processo, que vai exigir a necessidade de investigação para elaboração de uma estratégia de melhoria para este ponto do processo. Confira!

  • Pontos fora dos Limites de Controle: pontos dentro dos limites apontam variação de causa comum. Entretanto, quando um ou mais pontos ultrapassam as linhas do LIC ou LSC significa que as variações ocorreram por causas especiais.
  • Periodicidade: a variação de valores para cima e para baixo, com intervalos frequentes indica que algum ponto do processo precisa ser ajustado.
  • Sequência: se o gráfico apresentar sete ou mais pontos consecutivos em um dos lados da linha média, é um alerta para necessidade de observar tal ponto;
  • Tendência: registro de sete ou mais pontos consecutivos em movimento contínuo (ascendente ou descendente), como uma linha de tendência. É possível que haja interferência nessa etapa do processo e precise ser avaliada.
  • Aproximação dos limites de controle: ocorrência de duas ou mais linhas muito próximas aos limites de controle (inferior ou superior). Quanto mais os pontos estiverem da linha média mais estável está o processo.

O controle estatístico de processo é uma ferramenta que implica em um trabalho complexo. Quando bem executada, oferece retornos positivos para o negócio, permitindo que ele cresça e melhore o desempenho da equipe e a qualidade dos processos.

Neste artigo, apresentamos os conceitos e as informações necessárias para aplicação do CEP. Entretanto, é um conteúdo mais básico dado a complexidade e importância do método de monitoramento.

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